O que torna um carro clássico uma verdadeira fortuna sobre rodas

Você já parou para pensar em como alguns modelos de carros se tornam verdadeiros ícones, não só pela tecnologia, mas também pelo impacto cultural? Um exemplo perfeito disso é o Volkswagen Gol GTi. Se você acha que investir em carros clássicos é só um capricho de colecionador, é melhor repensar. Estamos falando de um dos mitos mais desejados do Brasil, que começou sua jornada nos anos 80 e hoje tem seu status elevado ao de uma verdadeira lenda sobre quatro rodas.

O Gol GTi foi apresentado ao público no Salão do Automóvel de 1988, e já no ano seguinte, ele chegava às concessionárias para fazer história. Não era só mais um carro esportivo – ele foi o primeiro veículo nacional equipado com injeção eletrônica de combustível, uma novidade que deixou pra trás os motores carburados que dominavam o cenário da época. A Volkswagen não mediu esforços: colocou o que havia de mais moderno em tecnologia com o sistema de injeção Bosch LE-Jetronic e o sensor de detonação Bosch EZK, acoplados a um motor 2.0 litros de 4 cilindros que entregava uma performance impressionante para a época. Eram 120 cavalos de potência, 18,35 kgfm de torque e uma velocidade máxima de 174 km/h. Tudo isso resultava numa aceleração de 0 a 100 km/h em 10,4 segundos, fazendo dele o carro mais rápido em produção no Brasil.

E quem tinha um Gol GTi em 1989? Esse sim era o verdadeiro playboy da vez. A galera olhava com inveja pra essa máquina que ficou eternizada como o "Gol Quadrado", um dos modelos mais valiosos até hoje. Mas, como todo bom esportivo, o GTi foi colocado à prova. Os jovens da época não economizavam o pé no acelerador – e por que economizariam? O carro foi feito pra isso! Eles aceleraram, moeram, e usaram até o limite. Só que, depois do auge, veio a decadência. O GTi saiu de linha em 1994, e com o tempo, acabou sucateado, virando peça de reposição em ferro-velho.

Mas, como toda lenda, o Gol GTi não ficou esquecido. Nos últimos anos, o desejo por essa máquina ressurgiu com força total. E adivinha quem são os compradores? Aqueles jovens dos anos 90, agora mais velhos e com mais dinheiro no bolso, estão realizando o sonho que na época parecia distante. De acordo com a tabela Fipe de novembro de 2023, um GTi está avaliado em R$ 13.306, mas carros de baixa quilometragem já foram negociados por até R$ 80 mil em 2018. E esse valor só subiu! As oficinas especializadas começaram a restaurar esses modelos e colocá-los de volta nas ruas, e o que antes era visto como sucata, hoje é tratado como uma verdadeira joia sobre rodas.

Esses carros estão sendo submetidos a restaurações de altíssimo nível, algo que podemos chamar de "rebuild". Para conseguir as peças originais, muitos restauradores recorrem a concessionárias e lojas com estoques antigos. E não é barato! Um conjunto de faróis de milha originais do GTi pode custar até R$ 7 mil. E se você quiser fazer uma restauração completa, o preço chega a impressionantes R$ 200 mil, sem contar o valor do carro em si, que pode girar em torno de R$ 90 mil. Estamos falando de um investimento total de cerca de R$ 290 mil. E a cereja do bolo? Pode demorar até dois anos para ficar pronto!

E aí vem a parte mais interessante: um GTi restaurado, comprado por R$ 80 mil em 2018, pode valer hoje até R$ 300 mil. Isso é um retorno de 275%! Mas os valores podem ser ainda mais altos, especialmente para modelos que nunca foram restaurados ou estão em estado de concurso. Atualmente, um GTi não restaurado, com apenas 21 mil km rodados, está sendo negociado por R$ 400 mil. E há rumores de que um GTi 1989, zero quilômetro, ainda esteja guardado em Santa Catarina. Dá pra imaginar o valor dessa raridade?

Então, se você ainda duvida que investir em modelos clássicos pode ser uma jogada certeira, pense novamente. O Volkswagen Gol GTi é a prova de que, às vezes, um carro pode ser muito mais que um meio de transporte – ele pode ser um verdadeiro investimento. Até a próxima!